terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Uma Homenagem ao Dia do Delegado de Polícia

 



 
                
                            
                   
Hoje, dia 03 de dezembro, é comemorado o dia do Delegado de Polícia. Em homenagem a esta data especial, resolvi escrever algumas linhas as quais dedico, integralmente, aos meus colegas de profissão.
No início de 2014 eu completarei cinco anos como Delegado de Polícia e, desde então, posso dizer que adquiri, além de grandes amigos, excelentes histórias para contar. Jamais imaginei me tornar um Delegado de Polícia. Costumo dizer que na maioria dos casos somos nós quem escolhemos as nossas carreiras. Às vezes, contudo, é a carreira que nos escolhe. Foi o que aconteceu comigo e hoje eu agradeço a Deus por ter seguido esse caminho, pois, no exercício de minhas funções, sei que posso fazer algo em benefício da sociedade. E não é fácil, lhes garanto!
Sempre destaco que a carreira de Delegado de Polícia é apenas para aquelas pessoas que são extremamente vocacionadas. Em cinco anos de profissão já vi e vivi muita coisa. Já senti medo, já me emocionei, já tive raiva, já fiquei triste, já me decepcionei, mas também já me surpreendi com muita gente. O Delegado de Polícia convive com as mazelas da sociedade, afinal, ninguém vai até uma Delegacia de Polícia porque está feliz. Ainda assim, aprendi muito com o dia a dia no trabalho e hoje sei que me tornei um homem melhor.
Aliás, é bom que se diga que o exercício da nossa função exige muito preparo, sendo necessário o domínio de várias disciplinas. Não basta conhecer o Direito. Para aplicá-lo com adequação e justiça, é preciso bom senso e sabedoria. Justamente por isso, cada Delegado de Polícia é, além de jurista e policial, psicólogo, assistente social, conciliador e, às vezes, até um ombro amigo. Em determinada ocasião eu já cheguei a pagar a fiança de um preso que não merecia, de acordo com o meu julgamento, sofrer as consequências extremamente deletérias do cárcere. É preciso muito cuidado antes de suprimir um direito fundamental tão importante como a liberdade de locomoção. Não é fácil julgar as condutas dos outros, especialmente quando você é obrigado a decidir quase que de maneira imediata, precisando, para tanto, ver nas entrelinhas, sentir além do que for palpável e, em resumo, exercer todo o tirocínio que só o policial tem.
Apenas o Delegado de Polícia pode determinar a prisão de alguém independentemente da manifestação do Poder Judiciário. Justamente por isso, as Autoridades Policiais são submetidas a concursos públicos extremamente qualificados, uma vez que tão importante mister não poderia ser delegado a qualquer pessoa. Particularmente, me preparei muito para chegar até aqui. Foram cinco anos dedicados na faculdade de Direito e mais um ano e meio de cursinho preparatório para concursos. Mesmo assim, em cada dia de trabalho sou surpreendido com uma situação inusitada e que demanda um esforço hercúleo para a aplicação do Direito. Por tudo isso, posso afirmar que não há um único dia em que eu não estude ao menos um pouco, sempre com o objetivo de exercer melhor a minha função.
Nesse contexto, o Delegado de Polícia se destaca como o primeiro garantidor da legalidade e da justiça, estando vinte e quatro horas por dia à disposição do cidadão. Nosso trabalho é de formiguinha, muitas vezes longes dos holofotes, mas, tenham a certeza, estamos sempre conduzindo investigações que resultarão na prisão de criminosos que, de alguma forma, colocam em risco a sociedade. Você pode não ver, pode não sentir, mas nós estamos lá, fazendo o possível para lhe dar um pouco mais de segurança.
Enfim, dedico esse texto aos Delegados de Polícia de todo Brasil, que mesmo sem as condições adequadas de trabalho e muitas vezes sem receber uma remuneração compatível com as responsabilidades do cargo, arriscam suas vidas em benefício da coletividade. Isso é ser Delegado de Polícia!
Francisco Sannini Neto
Delegado de Polícia do Estado de São Paulo, Pós-Graduado com Especialização em Direito Público pela Escola Paulista de Direito, professor da Graduação e da Pós-Graduação do Centro Universitário Salesiano de Lorena/SP.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário