A Polícia Militar de São Paulo decidiu que só vai multar os motoboys que infringirem as novas regras do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que regulariza a profissão e impõe itens de segurança obrigatórios, a partir de terça-feira (5).
De acordo com o capitão Paulo Oliveira, comandante do CPTRAN (Comando de Policiamento de Trânsito da PM), a operação de fiscalização foi iniciada neste sábado, mas apenas em caráter educativo.
Editoria de arte/Folhapress |
Ontem, uma manifestação da categoria, organizada pelo Sindimoto-SP (sindicato da categoria), saiu do Brooklin Novo, zona sul, com destino ao gabinete da Presidência da República, na Paulista, onde um documento pedindo o adiamento do início da fiscalização foi entregue.
Durante o protesto, eles chegaram a fechar faixas da Paulista em ambos os sentidos por mais de uma hora.
No início da noite de sexta-feira (1º), um novo protesto bloqueou completamente o sentido Castello Branco da marginal Pinheiros. Às 19h45, a via tinha 15,3 km de filas nas pistas expressa e local entre as pontes Transamérica e do Jaguaré.
EXIGÊNCIAS
A fiscalização será feita pela Polícia Militar. Entre os itens que devem ser vistoriados estão a obrigatoriedade de um curso de capacitação, documentação apropriada e aquisição de equipamentos de segurança. A categoria alega não poder arcar com os custos.
Em nota, o Contran afirmou que não vai prorrogar o início da fiscalização.
Segundo o sindicato, a maioria das cidades paulistas não tem leis municipais e, por isso, o Detran não autoriza o licenciamento do veículo na categoria exigida (aluguel, com placa vermelha). São Paulo é um dos poucos municípios que tem legislação própria.
Outro problema citado é a baixa oferta do curso exigido. O sindicato estima em 220 mil profissionais só na capital.
Motoboy há 12 anos, Bernabeto Souza Dias, 42, diz que há um ano tenta regularizar sua situação. Quando concluir o processo --documentação e equipamentos--, diz, vai ter gasto cerca de R$ 600.
Segundo o presidente da Sindimoto-SP, Gilberto dos Santos, 33, caso o governo não suspenda o início da fiscalização, protestos independentes devem ocorrer nos próximos dias. Ele diz que o sindicato, ligado à UGT (União Geral dos Trabalhadores), pretende criar um instituto para oferecer os cursos exigidos pela lei.
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