RICARDO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A ORLANDO (EUA)
ENVIADO ESPECIAL A ORLANDO (EUA)
O governo brasileiro estuda a criação
de um programa de reciclagem de veículos. A proposta é da Fenabrave (federação
das concessionárias), que analisa os modelos usados em outros países em
discussão na convenção anual da NADA (associação dos concessionários dos EUA),
que acontece nesta semana em Orlando.
"Estamos conversando com o poder
público para que criem regras e um sistema de reciclagem veicular. Somos o
quarto maior mercado do mundo e não temos uma legislação e um programa que
indique o que será feito com o carro velho", diz Flávio Meneghetti,
presidente da Fenabrave.
Além dos benefícios ambientais,
interessa à Fenabrave uma medida de incentivo à renovação da frota, pois isso
levaria a uma alta nas vendas de carros novos.
"Aquece o mercado de novos e o
de usados. Os ganhos são inúmeros, incluindo a redução da poluição, aumento da
segurança no trânsito e a geração de renda com a contratação de pessoas e a
compra de máquinas para o processo", defende Meneghetti.
FROTA VELHA
A frota nacional de carros tem idade
média de 12 anos. Ao contrário de alguns países, no Brasil, quanto mais antigo
é o carro, mais benefícios governamentais ele têm, como a isenção de impostos
como o IPVA.
Já a situação dos caminhões é ainda
mais preocupante, segundo Alarico Assumpção, vice-presidente da Fenabrave e
especialista no mercado de pesados. A idade média da frota é de 14 anos.
"Há caminhões com mais de 40
anos ainda 'trabalhando'. "São veículos em situação precária e
perigosa", aponta Assumpção.
A criação de leis que regulamentaram
a reciclagem na Argentina, por exemplo, permitiu a implantação de um programa
do Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária) do país. A iniciativa
reduziu o furto e o roubo de veículos na região da grande Bueno Aires em 70%.
No Europa, a legislação sobre o tema
está mais avançada e há unidades para o tratamento dos carros fora de uso em
países como a Espanha.
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