O novo sistema está em uso desde o mês passado e permite às polícias Civil, Militar e Técnico-Científica traçar uma espécie de “mapa do crime” das cidades. É possível analisar, em uma mesma plataforma, dados como o local, a data e a hora de cada ocorrência e, a partir destas informações, traçar a movimentação criminal das áreas.
A ferramenta, que em cerca de um mês de uso já ajudou a prender suspeitos e a esclarecer crimes, foi idealizada pelo Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública (CIISP), órgão da Secretaria da Segurança Pública (SSP) que integra as polícias por meio da troca de informações.
“A ideia é que tanto o PM quanto o policial civil conheçam melhor a área onde atuam e possam ter condições de atuar melhor, seja prendendo ou investigando”, afirma o coordenador do CIISP, Fábio Bechara.
Ao todo, nove tipos de crimes são monitorados pelo Ragisp, entre eles roubos, furtos e homicídios. O mapa sinaliza em vermelho o local de maior incidência do delito e, por meio de gráficos, permite ranquear as dez regiões, áreas de delegacias ou ruas (dependendo do recorte) em situação mais crítica, assim como dias e horários em que os crimes acontecem com mais frequência.
"Para saber as ruas, tinha que pesquisar. Hoje, o Ragisp já mostra automaticamente. Ele apresenta os 10 locais (as 10 ruas, os 10 pontos) mais críticos de cada unidade, de cada distrito, de cada companhia [da PM] em termos de roubo, de furto de veículo, de homicídio, etc. O Ragisp faz isso rapidamente, ele está programado para isso", explica o secretário Fernando Grella.
A ferramenta permite ainda analisar a evolução e a tendência de cada tipo de crime, além de comparar a variação entre ocorrências de períodos anteriores com o atual.
O usuário pode consultar também o número do boletim de ocorrência e saber os detalhes de cada caso. Após a pesquisa, a ferramenta possibilita que o policial exporte um relatório e, com base nele, elabore estratégias de policiamento, como a redistribuição do efetivo.
O Ragisp servirá também para que os resultados em cada área sejam monitorados, ajudando a avaliar periodicamente a atuação policial.
"É uma ferramenta proativa, que nos dá, dá ao secretário, dá às unidades policiais os pontos críticos da ocorrência de crimes. Será possível cobrarmos, fazemos isso diariamente, mas agora nós vamos fazer com dados objetivos", ressalta Grella.
Aprimoramento
O Grupo de Tecnologia da Informação (GTI) da SSP já trabalha numa segunda versão da ferramenta. Novos recursos devem ser encorpados ao sistema, como a pesquisa por mapa para todas as regiões do interior do Estado e o cruzamento das naturezas criminais.
Além dessas melhorias, estará em prática a conexão do sistema diretamente do RDO (Registro Digital de Ocorrências). Desta forma, assim que um boletim de ocorrência for registrado, automaticamente será integrado ao Ragisp, o que permitirá uma atualização mais ágil dos dados – a cada 30 minutos.
Hoje, o sistema está interligado ao Infocrim (Sistema de Informações Criminais) e sua atualização ocorre mensalmente, seguindo a periodicidade de divulgação das estatísticas criminais, normatizadas pela Resolução 160 da SSP.
Mainary Nascimento (Assessoria de Imprensa da SSP)
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