sexta-feira, 9 de março de 2012

Mulheres estão cada vez mais em destaque na Polícia Civil

Mulheres estão cada vez mais em destaque na Polícia Civil

Polícia Civil

A delegada Ana Paula Ramalho Soares é a primeira delegada geral adjunta
Play

A mulher tem conseguido cada vez mais prestígio na Polícia Civil. Um exemplo é a delegada Ana Paula Batista Ramalho Soares, a primeira delegada geral adjunta da instituição. “A Polícia Civil tem se mostrado uma instituição moderna e séria, onde não há espaço para preconceitos de gênero”, frisa Ana Paula, para quem a administração implantada hoje prioriza o mérito.

Cada dia mais mulheres têm ingressado na carreira policial civil. E elas estão em todas as instâncias. Atualmente, as chefes gerais dos carcereiros e dos agentes de telecomunicações são, respectivamente Silvia Regina Gabriel e Sandra Regina Zapparoli. As delegadas também se destacam, como a titular da Delegacia Seccional Leste, delegada Elisabete Sato, sua assistente Kelly Cristina Cesar de Andrade e a delegada Marta Rocha, recentemente indicada para ocupar o topo da carreira, a classe especial da Polícia Civil.

Para ser mulher na Polícia, é preciso mais do que academia, estudo ou treinamento prático. A delegada Kelly Cristina Cesar de Andrade acredita que a policial precisa ser destemida e saber distinguir emoção e razão. A delegada geral adjunta faz coro à subordinada enumerando os atributos que, segundo ela, toda delegada traz consigo de casa: “Em cargos de liderança, a policial pode ser mais dedicada, prática, aplicada e geralmente consegue lidar com muitos assuntos ao mesmo tempo, um dom natural da mulher”.

Do jeito que elas estão crescendo, é questão de tempo para ocuparem mais cargos nas principais carreiras policiais civis. Alcançar o “topo”, a cadeira de delegada geral, é algo que parece inexorável. “Por que não?”, questiona a delegada geral adjunta. “No ritmo de modernização da administração pública estadual, é uma questão de tempo até que uma mulher comande a instituição”, prevê. 

Atualmente, há 9.377 mulheres policiais civis num universo total de 24.954 policiais. A carreira com mais mulheres é a de escrivão de polícia, com 3.562 profissionais, seguida da de investigador, com 1.234 e agente de telecomunicações, 1.161. Ao todo, são 553 delegadas de polícia num total de 2.537 delegados.

Mulheres ajudando mulheres

Não é nada fácil o papel das policiais que trabalham diretamente com a questão da violência contra a mulher, nas delegacias especializadas. Não é simples mas é gratificante.

A delegada titular da 1ªDDM, Celi Paulino Carlota, conta que, além de atendimento aos casos de agressão, as delegadas fazem palestras em hospitais, escolas e empresas.

Nas DDMs, as mulheres são encaminhadas para tratamentos psicológicos, defensoria pública e ONGs que auxiliam na qualificação profissional. Mas ela lembra que as agressões continuam sendo prioridade no trabalho da Delegacia. “Qualquer insulto ou empurrão deve ser denunciado, pois a impunidade vem do silêncio. Hoje, a mulher não fala nada, pensa que o companheiro vai melhorar e amanhã está morta”.

Mas nada de pensar em problema ou tristeza hoje, diz a delegada. “Aproveite o seu dia. Nós somos maravilhosas!”, conclui Celi.


Camila Lessa e Adriano Moneta

Nenhum comentário:

Postar um comentário