FERNANDO MELLO
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Apesar de o governo federal não falar abertamente sobre o assunto, o combate ao terrorismo é uma das prioridades da estratégia de segurança da Copa de 2014.
O tema ganhou destaque no "Planejamento Estratégico de Segurança Pública" para o Mundial do ano que vem, ao qual a Folha teve acesso.
Finalizado na semana passada, o documento é assinado pelos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Celso Amorim (Defesa) e José Elito Carvalho (Gabinete de Segurança Institucional).
Segundo o texto, a Copa é uma oportunidade "especial" para ações terroristas, "tendo em vista o novo espaço ocupado pelo Brasil no cenário internacional e a atual conjuntura mundial".
Com essa premissa, o governo definiu três eixos de atuação: ameaças externas, internas e proteção de portos, aeroportos e fronteiras.
INTEGRAÇÃO
Segundo o plano, um dos objetivos do poder público será "prevenir, reprimir e combater as ameaças de origem terrorista e/ou química, biológica, radiológica e nuclear, e mesmo de artefatos explosivos improvisados".
Procurado pela reportagem, o ministro José Eduardo Cardozo afirmou que um dos legados do plano é a relação harmoniosa entre Defesa e Justiça.
Reinauguração do Mineirão
Vista da arquibancada na reinauguração do Mineirão
De acordo com o ministro, a integração com polícias de outros países crescerá, o que é "essencial em um mundo onde o crime também é globalizado".
O combate ao terrorismo será dividido entre a Polícia Federal e o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
"Há a necessidade de que sejam integradas e coordenadas as ações de órgãos direta ou indiretamente ligados à prevenção, repressão e combate das ações de natureza terrorista", diz o documento.
FRONTEIRAS
À Polícia Federal caberá abrir investigações sobre grupos terroristas e "planejar e atuar em ações antibombas e varreduras relacionadas às suas atribuições ou em composição com outros órgãos".
A PF também terá de reforçar o controle das fronteiras, pois, segundo o governo, "ameaças relacionadas ao crime organizado, aos crimes comuns e ao terrorismo encontram terreno fértil na faixa de fronteira".
As Forças Armadas atuarão na prevenção, coleta e análise de substâncias químicas, biológicas, radiológicas e nucleares, "bem como na execução da descontaminação de instalações e equipamentos".
Caberá às Polícias Militares a presença ostensiva em locais como sistemas de telecomunicações, de fornecimento de energia, iluminação e gás e abastecimento.
Há uma preocupação específica em aumentar a capacidade de monitorar e rastrear o fluxo de explosivos, em particular os que atravessam as fronteiras brasileiras.
Do ponto de vista interno, o plano diz que o crime organizado se aproveita de grandes eventos por ser "uma chance única de conciliar um grande volume de pessoas e uma quantidade enorme de dinheiro sendo gasto, tanto pelos turistas, quanto pelo governo".
A Fifa ajudará com segurança privada no perímetro externo e interno dos estádios, hotéis de seleções e campos de treinamento.
análise de risco.
Para impedir a chegada ao país de estrangeiros suspeitos, diversos bancos de dados serão interligados, entre eles o sistema de entrada de pessoas nos estádios e o sistema de vendas de ingressos.
Dados serão compartilhados com o Itamaraty para evitar concessão de vistos a criminosos. A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) vai produzir relatórios de riscos em cada cidade-sede --Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Manaus, Natal, Salvador, Fortaleza e Recife.
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