Crime na Índia
Advogados que atuam tribunal de Nova Délhi, na Índia, anunciaram que se negam a defender os seis suspeitos do estupro coletivo de uma estudante indiana que faleceu no sábado em consequência dos ferimentos sofridos na agressão. As informações são da AFP.
"Decidimos que nenhum advogado se apresentará para defender os acusados do estupro porque seria imoral defender o caso", anunciou à AFP Sanjay Kumar, advogado membro da Ordem dos Advogados do distrito de Saket.
Kumar afirmou que 2,5 mil advogados registrados no tribunal decidiram "permanecer à margem" para garantir uma "justiça rápida", o que significa que advogados de ofício representarão os suspeitos. Outro advogado ligado ao tribunal confirmou à AFP o boicote.
A primeira audiência do tribunal do distrito de Saket, ao sul da capital federal, deve acontecer na quinta-feira (3/1) com a apresentação de um relatório de mil páginas da polícia.
De acordo com a imprensa indiana, os estupradores da jovem de 23 anos agredida por vários homens em um ônibus em Nova Délhi tentaram atropelar a vítima depois do ataque.
O namorado da estudante, agredido com uma barra de ferro e jogado do ônibus depois que a jovem foi estuprada várias vezes, conseguiu afastar a vítima do veículo antes que ela fosse atropelada, revela o relatório da polícia que será apresentado à Justiça. A imprensa indiana informou ainda que a jovem mordeu três dos seis agressores para tentar escapar das agressões.
As marcas das mordidas, o sangue, o esperma, os fios de cabelo e o depoimento do namorado devem ser usados como provas contra os acusados, segundo a imprensa e fontes policiais. Seis homens foram detidos. Cinco deles devem ser julgados na quinta-feira por assassinato e estupro em um tribunal criado especialmente para o caso.
O sexto acusado, que teria 17 anos, deveria ser julgado por um tribunal de menores, mas está sendo submetido a exames para a comprovação da idade. Os acusados podem ser condenados à pena de morte.
Segundo o Times of India, uma das acusações da polícia será a tentativa de destruição das provas pelo motorista do ônibus, que participou no estupro da estudante de Fisioterapia. Ele tentou lavar o veículo e queimou as roupas arrancadas da vítima.
A brutalidade do ataque provocou revolta na Índia e muitas manifestações contra a violência cometida com total impunidade contra as mulheres no país.
Revista Consultor Jurídico, 2 de janeiro de 2013
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