Proibir
MP de investigar é restrição à cidadania, diz procurador
Márcio
Elias Rosa, procurador geral de Justiça de São Paulo, é contra ação que veta
poder de investigação criminal do Ministério Público; Supremo já tem dois votos
favoráveis à proibição
Fausto
Macedo, de O Estado de S.Paulo
O
procurador geral de Justiça de São Paulo, Márcio Fernando Elias Rosa, disse
nesta sexta-feira, 22, que a criação de um código de conduta para o Ministério
Público fazer investigações terá o efeito de um "código de restrições à
cidadania". Regras para o MP em todo o País promover investigações
criminais foram defendidas nessa quinta-feira, 21, por ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF) - a instância máxima do Judiciário está julgando o poder
de investigação das promotorias.
"O
MP já se submete a regras, a instituição não é mais e não pode ser menos que
ninguém, já submete suas investigações ao controle do Judiciário", disse
Elias Rosa.
Na
sessão dessa quinta, o Supremo suspendeu o julgamento após dois votos
favoráveis à restrição de investigações sem a participação policial. O ministro
Cezar Peluso, autor de um dos votos, argumentou que a Constituição Federal não
garante o direito de investigação de um crime ao MP, restrito, na sua
avaliação, às Polícias Federal e Civil.
O
procurador geral conduz uma cruzada contra as ofensivas no Congresso que buscam
enfraquecer o Ministério Público. Para ele, essas manifestações contra as
promotorias são "terríveis ameaças à sociedade".
"Interesses
políticos, interesses econômicos e corporativos estão por trás dessas
iniciativas" , aponta o procurador-geral.
Para
Elias Rosa, "o tema é muito grave porque pode refletir em investigações
sobre grandes escândalos, como o mensalão e o caso Celso Daniel (prefeito de
Santo André, executado em 2002)". "Tanto a discussão da PEC 37 (que
torna a investigação exclusiva das polícias), na Câmara, quanto o julgamento no
STF são preocupantes, inquietam os promotores que não investigam apenas delitos
dos poderosos, mas abusos policiais, corrupção, fraudes e lavagem de dinheiro.
Tudo isso pode ser posto a perder", advertiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário