quinta-feira, 7 de junho de 2012

DHPP obtém confissão de mulher que esquartejou marido

DHPP obtém confissão de mulher que esquartejou marido

 

Durante o depoimento que prestou hoje, E.A.K.M, confessou que matou o empresário M.K.M no triplex do casal às oito horas da noite do dia 20 de maio, um sábado. Ela disse à polícia que atirou no marido porque foi agredida durante uma briga motivada por uma suposta traição.
A enfermeira de 38 anos disse que atirou no marido e deixou o corpo em um quarto do apartamento. Esperou 10 horas até que o corpo estivesse em rigidez cadavérica (quando fica endurecido e o sangue coagulado), levou-o até o banheiro do quarto de empregada e, com uma faca de aproximadamente 30 cm, cortou os membros inferiores e superiores, rasgando as cartilagens. Depois, cortou o tronco e arrancou a cabeça. Ela colocou as partes do corpo em sacos de lixo, guardou em três malas e limpou o sangue que havia ficado no local em que ele foi baleado. Naquele momento, só estavam no apartamento o casal e a filha de 1 ano. A babá, que chegou na manhã do dia seguinte, não notou nada de diferente porque não tem acesso livre a todos os cômodos do imenso apartamento.
E.A.K.M. contou que fez a desova em Cotia, local que conhecia porque a família tem um sítio na região. As malas foram deixadas em outro lugar e a polícia disse que irá recuperá-las.
O depoimento durou cerca de 8 horas. Jorge Carrasco, diretor do DHPP, afirmou que a versão da moça é convincente, pois E.A.K.M contou tudo com naturalidade, se emocionando em alguns momentos e sempre muito preocupada com a filha de 1 ano. Ele disse que ela não falou em arrependimento. A possibilidade de que esteja encobrindo alguém, segundo Carrasco, está descartada. Uma das babás está no DHPP para o interrogatório.
E.A.K.M. contou que a arma usada no crime – de calibre 380 – foi um presente que a moça ganhou do marido. Eles fizeram um curso de tiro juntos e espalharam armas pela casa com medo da onda de arrastões em condomínios.
“Ao que tudo indica, será preciso fazer uma reconstituição no apartamento”, explicou o diretor durante a entrevista coletiva que concedeu esta tarde. A equipe de perícia passou a madrugada desta quarta-feira fazendo exames com luminol no triplex.
Carrasco disse que a enfermeira decidiu falar porque os indícios apontavam para ela e que, depois de uma noite inteira presa e longe de sua filha, provavelmente foi orientada pelo advogado a dizer a verdade. No entanto, a confissão não aliviará sua pena. Ela responderá por homicídio qualificado e será encaminhada à Cadeia de Itapevi.Hoje, a Justiça prorrogou por mais 15 dias a sua prisão.
A investigação
De acordo com o diretor do DHPP, Jorge Carlos Carrasco, alguns indícios apontavam a mulher como a autora do crime.
A primeira suspeita é baseada nas imagens do circuito interno do prédio onde o casal morava. Por volta das 18h30 do dia 19 de maio, um sábado, o empresário chegou ao apartamento com a esposa, a filha e a babá. Às 19 horas, as imagens mostram o empresário pela última vez, buscando uma pizza. Neste horário, a babá já tinha sido dispensada e não havia mais nenhum empregado na casa.
O delegado da Divisão de Homicídios responsável pelo inquérito policial, Mauro Gomes Dias, disse que o empresário não saiu do apartamento depois daquele horário. “Não existe a possibilidade do sistema de segurança ter falhado. Nós checamos as imagens dos outros prédios em volta e ele não saiu”, disse a autoridade durante a entrevista coletiva.
No dia seguinte, as imagens mostram que a enfermeira entrou no elevador de serviço sozinha, com três malas, e saiu de carro. Ela retornou às 23h50 do mesmo dia com as mãos vazias. À polícia, A.E.K.M. falou que ia para o Paraná, mas voltou para casa. Ela não soube explicar o sumiço das malas.
Apurações indicaram que a enfermeira sabia atirar, pois já havia realizado um curso de tiro e é destra. O empresário mantinha em casa uma coleção de armas que a esposa doou na segunda-feira à campanha do desarmamento.
As partes do corpo do empresário foram achadas em sacos plásticos com um filete vermelho. Outra evidência é que sacos iguais foram encontrados no apartamento do casal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário