sábado, 10 de novembro de 2012

Comissão de Segurança Pública da Câmara vai discutir aumento da violência em São Paulo

 

Da Agência Câmara
 
A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara realiza na próxima terça-feira (13) audiência pública para discutir a crise na segurança pública no País e, em especial, o aumento da violência em São Paulo. Apesar de ter índices decrescentes de homicídios há 11 anos, o estado assiste agora ao crescimento dos homicídios, sobretudo de policiais. Foram 90 policiais assassinados desde o início do ano.
 
Para o deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP), é preciso reforçar a ação coordenada que só nesta semana começou a ser implementada entre o governo federal e o estadual. “Sem uma ação concreta nos três níveis de poderes, de forma integrada, nós não vamos solucionar o problema de São Paulo”, disse.
 
Entre os convidados para a audiência estão o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki; o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Roberto Cinciliati Troncon Filho; e o secretário estadual de Segurança Pública de SP, Antônio Ferreira Pinto.
 
A audiência da comissão foi sugerida pelo Delegado Protógenes e pelos deputados Alexandre Leite (DEM-SP) e Vanderlei Siraque (PT-SP). A reunião será realizada às 14 horas, no Plenário 6.
 
Combate ao PCC
 
As autoridades paulistas acreditam que os homicídios têm sido ordenados pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A organização já foi responsável por uma grande rebelião nos presídios paulistas em 2001 e por uma onda de violência em 2006. Hoje, acredita-se que a maior parte de seus líderes está presa, mas de dentro das prisões eles estariam ordenando os assassinatos.
 
Para o especialista em segurança pública Guaracy Minguardi, é preciso haver uma série de providências concomitantes para combater a violência. “Isolar as lideranças do PCC, impedir que o PCC continue dominando boa parte dos presídios paulistas. Você tem que ir atrás e tirar o dinheiro da organização.”
 
O especialista defende ainda a formação de grupos de investigação que possam desvendar rapidamente os assassinatos de policiais e outro para os demais homicídios. Ele afirmou que é preciso tranquilizar os policiais e deixar claro que quem matar será perseguido e castigado.
 
Para o Delegado Protógenes, é preciso também que o Estado esteja presente nas comunidades onde o PCC atua e, com isso, ganhe a confiança da população. “Nas favelas de São Paulo, há um grande volume de pessoas que não têm carteira de identidade, não têm carteira de trabalho, crianças que não têm certidão de nascimento. Como é que o Estado vai querer respeito dessa população?”, questionou. “O povo não acredita no Estado.” As informações são da Agência Câmara de Notícias.
 
[Foto: Arquivo/ Gustavo Lima]

Nenhum comentário:

Postar um comentário