Policial gaúcho foi morto em tiroteio com colegas do Paraná durante investigação de seqüestro. Operação da PM gaúcha para terminar com o seqüestro terminou com um refém morto e outro ferido
Uma operação desastrosa envolvendo as polícias civis do Rio Grande do Sul e do Paraná terminou com duas pessoas mortas e trocas de acusações.
O corpo do sargento Ariel da Silva foi enterrado nesta quinta-feira (22) em Porto Alegre.
Ele tinha 40 anos. Há 21, estava na Polícia Militar gaúcha. Ariel foi morto na madrugada de quarta-feira por policiais civis do Paraná que investigavam um sequestro em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Em depoimento, os paranaenses disseram que o sargento, que estava em uma moto e à paisana, teria abordado o grupo sem se identificar. Houve tiroteio. Ariel foi atingido por quatro disparos de metralhadora.
O policial gaúcho morreu sem saber que trocava tiros com colegas. Isso porque a polícia do Paraná não avisou às autoridades do Rio Grande do Sul sobre a operação. Os agentes estavam no local para investigar o sequestro de dois agricultores paranaenses que foram atraídos por falsos vendedores de máquinas agrícolas.
Na quarta-feira à tarde, policiais gaúchos tentaram prender a quadrilha que mantinha os reféns na casa e o resultado foi mais uma tragédia.
Segundo a polícia, os investigadores estavam em frente ao cativeiro, quando um carro começou a sair da garagem. Houve troca de tiros com os sequestradores. Um dos reféns foi atingido e morreu. Lírio Persch, de 50 anos, era produtor rural em Quatro Pontes, no oeste do Paraná.
“Ninguém esperava que fosse acontecer uma coisa dessa, uma tragédia, uma viagem sem volta”, afirma Maria Weber, cunhada de Lírio Persch.
O outro refém foi libertado, mas ferido por mordidas dos cachorros usados pela polícia na operação. Os três sequestradores foram presos.
O outro refém foi libertado, mas ferido por mordidas dos cachorros usados pela polícia na operação. Os três sequestradores foram presos.
O governo do Rio Grande do Sul informou que a corregedoria de polícia e o Ministério Público vão investigar os dois casos.
O secretário de Segurança do estado, Airton Michels disse que, se a polícia do Paraná tivesse avisado sobre a investigação, as mortes poderiam ter sido evitadas.
“No mínimo, no caso do Paraná, deveria ser uma comunicação formal ou até telefônica, mas uma comunicação concreta à chefia de Polícia do Rio Grande do Sul. Até porque nossa polícia, sabendo dessa circunstância, poderia ter auxiliado a polícia do Paraná”, declarou.
O governador do Paraná, Beto Richa, lamentou:
“Um fato lamentável, uma fatalidade que fez duas vítimas inocentes. Foi uma falha das duas polícias, mas quero dizer que a Polícia do estado do Paraná é muito preparada, mas fatalidades acontecem. A Polícia do Rio Grande do Sul também teve falhas”
Os policiais paranaenses tiveram a prisão temporária decretada e estão na corregedoria de Curitiba.
Fonte: Jornal Nacional
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